Fixar a identidade imaginada para identificar e excluir o outro ou exigir, não apenas cumprimento da lei, mas concordância com valores que nunca foram unânimes entre os próprios nacionais abre portas que vão muito para além da questão da imigração. Dois passos sinistros em dois países com uma história que os deveria fazer pensar muitas vezes.
Em França, o governo lançou a que devem aderir todas as estruturas do Estado para descobrir o que é ser francês. A perguntas como “o que faz com que nos sintamos próximos dos outros franceses, mesmo sem os conhecermos?”, juntam-se referências “à nossa gastronomia”, “às nossas igrejas e catedrais”, num ensaio de psicanálise colectiva.
POR DANIEL OLIVEIRA 25 NOV 09
POR DANIEL OLIVEIRA 25 NOV 09
O que se faz nesta caixa de comentários é "a" discussão que se tem de ter na Europa e já! O bossito demonstra uma argumentação que para mim é o essencial em qualquer discussão. Não só critica uma posição, como lhe contrapõe soluções diversas, exortando o Daniel Oliveira a que apresente outro modelo. Este não o faz, o que demonstra a falta de modelos para quem defende a "tolerância absoluta". Já para não falar na falsa distinção entre aceitar uma lei e não concordar com ela e aqui voltamos à discussão que fez renascer este blog. Eu não acho possível ir à Arábia Saudita discordando do seu modo de vida (leis, valores e costumes) e aceitando-o ao mesmo tempo. Ser tolerante e absolutamente justo é ficar em casa e não compactuar ou falsamente aceitar esse modo de vida.
Porque raio não pode uma pessoa ser, como tantos alemães, contra a igualdade entre homens e mulheres e viver na Alemanha? Desde que cumpra a lei, que raio de rastreio ideológico é este? E depois? Terão de assinar um papel a dizer que são contra a homofobia? E contra o comunismo? E contra o desrespeito pelo ambiente? Onde acaba?
Eu também não sou neutro entre diferentes tipos de regime (quanto às sociedades, talvez não fosse mau recoar um pouco na memória). Por isso defendo que as sociedades democráticas são mais exigentes consigo próprias.
De facto, as frases que se dizem como se não fosse nada.