15 outubro 2010

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04 outubro 2010

A culpa é nossa, certo?

Foi solicitado a um prestigioso assessor financeiro que explicasse esta crise de uma forma simples, para que toda a gente pudesse entender as suas causas. O seu relato foi este: 

Um certo cavalheiro foi a um aldeia onde nunca havia estado antes e ofereceu aos seus habitantes 100 euros por cada burro que lhe vendessem. 

Boa parte da população vendeu-lhe os seus animais. 

No dia seguinte voltou e ofereceu um preço melhor: 150 euros por cada burrico. E outro tanto da população vendeu-lhe os seus. 

A seguir ofereceu 300 euros e o resto das pessoas vendeu os últimos burros. 

Ao ver que não havia mais animais, ofereceu 500 euros por cada burrico, dando a entender que os compraria na semana seguinte. E foi embora. 

No dia seguinte enviou o seu ajudante à mesma aldeia com os burros que comprara, para que os oferecesse a 400 euros cada um. 

Diante do possível lucro na semana seguinte, todos os aldeões compraram os seus burros a 400 euros e quem não tinha o dinheiro pediu-o emprestado. De facto, compraram todos os burros do município. 

Como era de esperar, este ajudante desapareceu, tal como o cavalheiro inicial. E nunca mais foram vistos. 

Resultado: A aldeia ficou cheia de burros e endividada. 

Até aqui, foi o que contou o assessor. 

Vejamos o que se passou depois. 

Os que haviam pedido emprestado, ao não venderem os burros não puderam pagar o empréstimo. 

Aqueles que haviam emprestado o dinheiro queixaram-se à municipalidade dizendo que se não recebessem ficariam arruinados; então não poderiam continuar a emprestar e todo o povo ficaria arruinado. 

Para que os prestamistas não se arruinassem, o presidente da municipalidade, em vez de dar dinheiro às pessoas do povo para pagarem as dívidas, deu-o aos próprios prestamistas. Mas estes, já cobrada grande parte do dinheiro, entretanto não perdoaram as dívidas do povo, que continuou endividado. 

O presidente da autarquia delapidou o orçamento da municipalidade, a qual também ficou endividada. 

Então pede dinheiro a outras municipalidades. Mas estas dizem-lhe que não podem ajudá-lo porque, como está na ruína, não poderão receber depois o que lhe emprestarem. 

O resultado: Os espertos do princípio, enganados. 

Os prestamistas, com os seus ganhos resolvidos e um monte de gente à qual continuarão a cobrarem o que lhes emprestaram mais os juros, apropriando-se inclusive dos já desvalorizados burros que nunca chegaram a cobrir toda a dívida. 

Muita gente arruinada e sem burro para toda a vida. 

A municipalidade igualmente arruinada. 

O resultado final? 

Para solucionar tudo isto e salvar todo o povo, a municipalidade baixou o salário dos seus funcionários.