No rescaldo das Eleições Europeias de 25 de Maio muito se tem falado da vitória dos partidos anti-europeus por toda a Europa. Existem muitas diferenças entre estes partidos, uns com uma oposição de fundo à integração euro
Os principais argumentos são de nível organizacional e administrativo, com críticas aos gastos excessivos e à inutilidade da UE.
Contudo, os números desmentem estas acusações. O orçamento global da UE é de apenas 1% do PIB total dos estados da união, sendo que nestes, os gastos médios com o aparelho estatal é de cerca de 45%. Os gastos com pessoal reduzem-se a 3% do orçamento europeu, sendo menores que, por exemplo, o orçamento com pessoal da Câmara Municipal de Londres.
Portugal tem escapado a esta retórica, mas é necessário conhecê-la para entender os resultados de partidos como o UKip em Inglaterra.
Apesar das críticas, justificadas, à actuação do BCE e da Comissão no interior da troika, não nos podemos esquecer qual o verdadeiro papel destas instituições. Cerca de 70% do orçamento global da EU encontra-se repartido entre medidas de apoio à agricultura e políticas de coesão interna. Podemos e devemos questionar as opções políticas tomadas no Parlamento e no Conselho Europeu, mas tendo sempre em conta que a fatia de leão do trabalho da UE é feita no interior da Comissão, sendo alheio a estas lutas políticas próprias de organismos intergovernamentais.
O futuro da Europa depende do aprofundamento da integração política da União a nível supranacional, coordenando políticas e harmonizando procedimentos. Só desta forma podemos construir uma grande sociedade europeia, deixando de lado nacionalismos ultrapassados, baseados no medo e na desconfiança.
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