Just can't get enough (II)

O artigo do senhor Alberto Gonçalves (via Julia no Grita-me ao Ouvido), levanta umas quantas boas questões, acerca das quais I just can't get enough.

1. Meu merdososinho (aka Alberto Gonçalves, digo-o e não anonimamente, não me quero tornar num dos perpetuadores desse "mundo de devassa" de que Moita Flores fala), ninguém nega existirem diferentes raças, o que se critica é a COMEMORAÇÃO OFICIAL DE UM "DIA DA RAÇA"! Já agora, nesse artigo que o meu merdosozinho fala, em que parte da taxonomia das raças humanas surje a raça portuguesa? É que se estamos a comemorar o Dia da Raça juntamente com o Dia de Portugal, falamos, em bom rigor, do Dia da Raça Portuguesa. Parece-me uma raça ímpar, que engloba pessoas com as características genéticas do Obikwelu, do Cristiano Ronaldo, do Sócrates, do Quaresma, do Sampaio, da Soraia Chaves e da velha desdentada e de bigode, tão característica das Beiras. O Dia de Portugal serve para comemorar a própria existência de uma comunidade, em que coexistem indivíduos que se auto denominam de portugueses, se existe algo que é comemorado nesse dia é a possibilidade do "povo" e não da "raça" portuguesa se auto governar.

2. A minha tendência primordial de estudar a classificação da posição ideológica segundo uma escala de direita e esquerda, surge da minha indecisão pessoal em me posicionar nessa escala. Não é que seja difícil definir a direita, sendo até bastante elementar, o que traz problemas é definir a esquerda. A esquerda inclui os naturalmente contestatários, os revolucionários, os extremistas, os relativistas/politicamentecorrectos, os pensadores livres, entre outros. O meu problema pessoal é que não se pode definir uma categoria de posicionamento ideológico como esquerda só por todos estes se oporem aos ideais defendidos pela direita.

3. É certo que ainda existe muita gente que grita fascista a torto e a direito sempre que se diminui a mínima garantia social. É certo, também, que aquilo a que se associa o fascismo (como o autoritarismo, a repressão e a inexistência dos direitos, liberdades e garantias assegurados pela CRP), continua a aparecer, por vezes de forma bastante óbvia como a nova lei de organização policial, por vezes de forma encapotada como o Dia da Raça.

4. O futebol é fixe. Quando ganhamos, ainda melhor. Ninguém se esquece da crise, nem do aumento dos combustíveis, mas também só paspalhos é que passam a noite acordados a pensar nessas coisas, como o meu merdoso insinuou que deviam.

Espero que o meu merdososinho venha googlar o seu nome como o MST...