16 junho 2008

Just can't get enough(III)

Este devia ter sido, em boa verdade, o segundo post, dado que foi por ter lido a crónica de Alberto Gonçalves na Sábado (5-10 de Junho) que se me acumulou uma certa ira. Nesta outra bela construção literária, AG dedica-se a desancar na Amy Winehouse e no seu desastroso concerto no Rock in Rio. AG não gosta de Amy Winehouse, AG não gosta da atenção dada pela TV à Amy Winehouse, AG não gosta que as pessoas chamem génio à Amy Winehouse e AG acha que a Amy Winehouse é uma espécie de mulher barbuda do século XXI. Ah!, já me esquecia, AG ainda tem tempo para criticar a selecção e aqueles que acham piada a futebol.

O que me parece estranho é que AG pense que quem gosta de AW, gosta por causa da menina ser uma agarrada. Esse tipo de raciocínios é bastante redutor se pensarmos na quantidade de artistas "cleans" da caca que por aí andam. Para mais, este senhor parece posicionar-se nos assuntos de forma sempre contraria ao povo ignorante, pois só assim se chega a ser um verdadeiro intelectual. Vá ouvir Coltrane pa casa, mas sozinho e baixinho, não vá o povo gostar e depois era um sarilho daqueles!!

Aqui fica uma crítica de alguém que pensa como eu, pelo menos em relação ao que AG escreve, não tanto quanto à pessoa.

3 comentários:

Álvaro Ribeiro Esteves disse...

Caro Beko: falhámos no curso. Devíamos ter ido, está visto, para a sociologia ou para a "biotecnologia".

A esta hora estávamos imunes à voz da AW, à escrita da Diablo Cody, entre outras coisas, que aí, nessas áreas, se encontra a suprema luz pela qual Deus quer que nos guiemos.

Como fomos parar ao curso mais perverso de todos [a salvação estaria na cirurgia plástica, claro, para onde também não fomos], em breve andaremos todos ou escrever guiões (e ganhar oscars), a compor e cantar(e ganhar grammys), a actuar (e ganhar mais oscars). Com sorte, fazemos isto tudo enquanto montamos um escritoriozito e fazemos a agregação na Universidade. Sei que com aquilo que vai descrito acima, teremos de aceitar, igualmente, o consumo de droga, as tatuagens (e eu tenho um problema com elas, mas é a vida...), a consciência pesadíssima de ter sido stripper, e argolas nas orelhas.

Com o escritório e com a agregação vêm, por acréscimo, o fatinho e a gravatinha e aquele traje com chapéu tótó que a Academia Portuguesa achou, em tempos idos, estético. Ah e o tratamento imprescindível de Ex.mo Sr. Professor Doutor. Quanto ao barrete, eu acho que o melhor é usá-lo como se o não o tivéssemos, com ar de I couldn't care less.

Agora que escrevi tudo o que vamos, certamente, ser, neste comentário enorme, como sempre, resta-me perguntar: por onde começamos? Pelo fim ou pelo início? Eu não me importo de dar uma palavrinha à Amy. Certamente ele nos há-de desenrascar, qualquer que seja a nossa escolha.

effetus disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
effetus disse...

Olá, Bernardo:
Desculpa-me o atrevimento, mas com este teu "post" estás a dar importância a escritos que não merecem tanta energia desperdiçada.
Se forem ignorados, eles acabam por ser esquecidos...
E provavelmente dirá: "Não me importo que falem bem ou mal de mim. O que importa é que falem de mim!".